Hoje é um dia divertido. Eu afundei-lhe um sonho como se fosse um submarino e ele não perdeu a oportunidade para fazer o mesmo, numa batalha naval infantil.
Eu tenho uma forma romântica de ver a vida, uma forma que paira ao nível da ilusão, do etéreo. Cultivo essa visão porque sou mais feliz assim do que sou se encarar o mundo de forma realista - sendo que a realidade não está provado que exista ou possa mesmo existir, não passa de um conceito que já inspirou muitas reflexões filosóficas que, por o serem, não chegaram a nenhuma conclusão.
Já o Diogo é objectivo, não se deixa enganar com ilusões e vive aquilo que acredita ser a realidade. Parece que não é infeliz com isso. Talvez porque não crie grandes expectativas ? É uma possibilidade.
Passo a exemplificar como atiramos submarinos ao fundo:

Acho maravilhoso saber que pescam o peixe que vendem e comparo este restaurante/tasca com um outro na figueira da Foz, onde comemos várias vezes a melhor sardinha assada do mundo.
Esta minha romantização das circunstâncias em que comemos peixe é rapidamente abatida por uma visão realista que o Diogo, quase com pena, partilha comigo:
- João, a sardinha não pode ser pescada com aqueles barquitos. Além disso, o rapaz da Figueira não é pescador como tu pensas. Já trabalhou num barco de pesca e agora é um "janado" que não faz nada e a mãe trabalha que nem uma cadela a assar peixe para o sustentar.
Faço uma expressão de enfado embora divertida com as nossas diferenças e respondo:
- Porra, no fundo eu sei isso tudo mas guardo na gaveta da objectividade e torno o mundo mais belo romantizando-o. Que mal há nisso?
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