17 de out. de 2016

Ora toma...


Nota prévia:
Contém vocabulário impróprio (?)
Não interessa se esta história é ou não politicamente correcta, não interessa se representa ou não o comportamento de uma classe, o que importa é que é verdadeira e foi contada na primeira pessoa!


O ti Sampaio, alentejano de gema, nascido e criado numa aldeia perto de Beja, hoje dedica-se à agricultura mas nos fins de tarde, na hora sagrada do copito de melosa, que toma religiosamente no clube da aldeia com os amigos (aguardante de medronho com mel - deliciosa!) conta muitas histórias do seu tempo de Polícia:
Naquele dia, como sempre, exercia com zelo a sua profissão - perante um estacionamento em sítio proibido, puxou do seu livro e começou a passar a multa, como era seu dever. Neste ofício de polícia havia que saber ser surdo ouvindo e manter a calma perante as muitas agressões verbais de que eram, e são ainda hoje, alvo. O dono do carro, mesmo sabendo que cometera uma infracção, tentou demovê-lo de lhe passar a multa. Ele, calmo e paciente, não reagiu e continuou, impávido, a escrever no seu livrinho. O homem, revoltado com a sua indiferença, começou a ficar mais agressivo e iniciou uma escalada de agressões verbais: chamou-lhe todos os nomes que possam imaginar mas houve uma ofensa que repetiu à exaustão. Enquanto Sampaio continuava a preencher a multa, calmamente, o homem dizia-lhe, aos berros, que ele era um ignorante, que nem sabia escrever! Foi repetindo aquela ladaínha de várias formas, insistentemente, enquando Sampaio continuava a escrever, calmamente!
Uns minutos depois, Sampaio destaca a multa do seu livrinho e entrega-a ao homem, vermelho de raiva, enquanto lhe diz, olhos nos olhos e calmamente: - Posso não saber escrever mas já te fodi!

Nenhum comentário: