Então é mais ou menos assim:
Dona R. entra apressada na tesouraria. Vem afogueada e cheia de pressa para ir ainda ao mercado quinzenal, fazer o almoço ao marido e depois ainda a lida do campo até ao entardecer. Tem portanto pressa para pagar o imposto único municipal ou lá o que é que se paga todos os anos do Papa-reformas, sabe?
Pedem-lhe o cartão de cidadão. Não tenho.
Então o número de contribuinte. Não trouxe! Nunca ando com ele.
O documento do ano passado? Sei lá onde isso anda!
O livrete? Sei lá eu. O meu marido é que sabe disso dos documentos! Diz ela já impaciente...
O funcionário, também já desesperado, diz-lhe sem pensar na força das palavras:
Então só se me trouxer a matrícula.
Ela fica em silêncio e sai decidida.
Irrompe na tesouraria passados uns minutos, bramindo a placa da matrícula que acabara de arrancar do Papa-reformas estacionado lá fora e pergunta logo dali, junto à porta, em voz quase furiosa:
E assim, já dá?
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